Buscas por imóveis grandes, de quatro
dormitórios, cresceu 11% de janeiro a setembro, comparado com 4% no mesmo
período do ano passado
A retração do mercado imobiliário ocasionada
pelo desemprego e
perda de renda dos brasileiros não é um comportamento uniforme entre todas as
classes sociais.
Um levantamento exclusivo para o
Estado do portal de classificados online Zap mostra que as buscas por imóveis
de quatro dormitórios na Grande São Paulo acumulam crescimento de 11% de
janeiro a setembro deste ano. De 2014 para 2015, o interesse havia avançado bem
menos: 4%.
“O desemprego está muito alto, mas
quando você faz um corte por renda você verifica que, nas classes mais altas, a
desocupação tende a ser menor. Além disso, a liberação de crédito para esse
perfil de alta renda é mais fácil”, afirma Eduardo Schaeffer, CEO do Zap.
Ele ainda lembra que a Caixa Econômica
Federal aumentou recentemente o valor máximo de financiamento de imóveis pelo
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões.
Segundo ele, o movimento do banco
estatal pode servir de pressão para que as instituições privadas, se houver
aumento da demanda, também passem a trabalhar nessa faixa.
Os resultados do estudo ainda sugerem
que agora pode ser a hora de encontrar oportunidades de barganha nesses imóveis
maiores antes de uma nova pressão nos preços.
Isso acontece porque há um descompasso
entre o aumento da procura e os lançamentos dessas unidades nos últimos quatro
anos.
De acordo com dados da Empresa
Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a participação dos imóveis de
quatro dormitórios no total de unidades lançadas vem perdendo espaço. Em 2013,
eles representaram 5% os lançamentos e, neste ano, apenas 2%.
“Com a demanda em alta e a oferta em
baixa, a tendência é que esses imóveis fiquem mais caros”, afirma o estudo do
Zap.
O levantamento ainda mostra que a
valorização do metro quadrado nos imóveis de quatro dormitórios está
desacelerando. A alta foi de 7% de 2014 para 2015 e só de 2% na comparação
deste ano com 2015.
Schaeffer também destaca que, com novo
Plano Diretor de São Paulo, a tendência é que diminua o potencial de construção
para terrenos comprados fora dos Eixos de Estruturação Urbana. O efeito disso é
que os empreendimentos maiores tendem ficar cada vez mais e caros.
O bairro paulistano de Moema é o que
reúne a maior quantidade de imóveis de quatro dormitórios, seguido por Campo
Belo, Morumbi, Perdizes e Higienópolis.
O estudo levou em conta dados anuais
de 2013 a 2015 e uma projeção para 2016 com base nas informações de janeiro a
setembro.
As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
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