Os descontos médios obtidos na
compra de imóveis usados na cidade de São Paulo chegaram a até 12,69% em
agosto. Esse foi o desconto verificado pela pesquisa mensal do Conselho
Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) na região que
agrupa bairros como Brás, Bom Retiro, Jaguaré, Vila Guilherme, Vila Matilde.
A pesquisa do Creci-SP avalia a
variação nos preços de imóveis usados com base nos valores praticados nas
vendas de casas e apartamentos por 317 imobiliárias. As informações são
apuradas por grupos de regiões, que vão de A a E, e são divididos de acordo com
o poder aquisitivo dos moradores de cada bairro.
Além do desconto de 12,69%,
verificado na Zona D, outras três zonas registraram descontos maiores em
agosto, na comparação com o mês de julho. Na Zona A, que inclui bairros nobres,
como Alto de Pinheiros, Brooklin e Jardim Paulista, os descontos foram de
11,33%, ante 8,8% em julho.
Na Zona C, que engloba bairros
como Barra Funda, Butantã, Lapa, Vila Leopoldina e Santa Cecília, o desconto
foi de 10,25% em agosto, ante 9% em julho.
Na Zona E, que agrupa bairros
como Brasilândia, Campo Limpo, Capão Redondo e São Miguel Paulista, o desconto
médio dos imóveis usados foi de 8,57% no mês passado, um ligeiro aumento em
relação ao mês anterior, quando os descontos ficaram em 8,5%, em média.
Com os descontos verificados em
agosto, os preços médios do metro quadrado dos imóveis usados vendidos em
agosto caíram, em média, 3,67% na comparação com julho.
Crescimento de vendas
De acordo com o Creci-SP, os
descontos foram responsáveis por elevar as compras de imóveis usados na cidade.
Em agosto, o volume de vendas foi 77,9% superior ao mês anterior. De janeiro a
agosto, o saldo acumulado de vendas está positivo em 31,9%.
“Essa conjunção de fatores
positivos fez com que negociações que estavam em 'banho-maria' fossem
concluídas depois de três meses seguidos de retração nas vendas”, afirmou José
Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, em nota enviada à imprensa.
Ele acrescentou que as negociações
de imóveis usados costumam ser mais complexas e demoradas, o que leva os
resultados de vendas a alternarem entre meses de alta e de baixa.
A maioria das compras (59,09%)
foi realizada por meio de financiamento imobiliário. A segunda forma de pagamento
mais recorrente foi a compra à vista (34,55% do total), seguida pelo crédito de
consórcio (3,64%) e pelo pagamento em parcelas diretamente aos proprietários
(2,73%).
O financiamento continua sendo a
principal modalidade de compra, mesmo com as restrições nos financiamentos da
Caixa. Desde maio, nas operações que usam recursos da poupança, o limite de
financiamento de imóveis usados pela Caixa passou de 80% para 50% do valor do
imóvel no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 70% para 40% para financiamentos
pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
O SFH engloba financiamentos de
até 750 mil reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no
Distrito Federal, e de até 650 mil reais nos outros estados. Os demais
financiamentos são feitos dentro do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Do total de imóveis vendidos,
58,18% foram apartamentos e 41,82% foram casas.
Aluguéis em baixa
Ao contrário do movimento
verificado no mercado de vendas, o número de locações caiu 21,15% em agosto, na
comparação com o mês de julho. Os valores dos aluguéis recuaram 1,97% no mês
passado, em relação ao mês anterior.
Os descontos também se
comportaram de maneira diferente. Enquanto os descontos nas vendas foram
superiores em agosto, na comparação com julho, no caso dos aluguéis os
descontos diminuíram em quatro das cinco zonas de valor pesquisadas.
Na Zona E, os descontos caíram de
14,44% em agosto para 9,2% em julho; na Zona C, passaram de 11,3% para 7,48%;
na Zona A, passaram de 11,56% em julho para 9,88% em agosto; e na Zona D, os
descontos caíram de 17% para 15,22% em agosto.
Os imóveis com maior volume de
locação foram aqueles com valor de aluguel de até 1.200 reais, que
representaram 54,19% dos novos contratos.
Em termos de região, as locações
se distribuíram da seguinte forma: a Zona D concentrou 31,99% das locações; a
Zona C foi responsável por 24,22% do volume total; a Zona E ficou com 20,66%
dos aluguéis; a Zona B concentrou 14,28% dos novos contratos; e a Zona A ficou
com 8,84% dos aluguéis.
A pesquisa também apurou quais
foram as formas de garantia mais usadas nas locações: 39,13% dos novos
inquilinos apresentaram um fiador como garantia do aluguel; 35,09% optaram por
realizar o depósito de três meses do valor do aluguel; 15,84% utilizaram o
seguro-fiança; 6,21% fizeram cheques-caução de imóveis e 2,8% optaram pela
cessão fiduciária. Apenas 0,93% dos contatos foram feitos sem garantia.
Fonte: Priscila Yazbek, Exame
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